A Petrobras (PETR4), maior empresa em valor de mercado do país, anunciou na primeira semana de novembro o seu desempenho do terceiro trimestre de 2024 (3T24).
Esse era um dos resultados mais esperados da temporada de balanços. E apesar dos números terem sido afetados pela queda do preço do petróleo no período de julho a setembro, ainda assim, “os resultados foram sólidos e em linha com as expectativas”, explicou Ruy Hungria, analista de ações da Empiricus Research.
Um dos principais destaques do balanço foi que a petroleira reverteu o prejuízo do segundo trimestre. Ela reportou um lucro líquido de R$ 32,5 bilhões neste terceiro trimestre — uma alta anual de 22,3%. Esse resultado pode ser explicado pela melhora do lucro bruto e pelas menores despesas operacionais da companhia.
Mas para além dos números, quando o assunto é Petrobras, a grande expectativa dos investidores é em relação aos dividendos da petroleira.
Afinal, além de ser uma das maiores pagadoras de dividendos da bolsa, a companhia também apresenta um histórico de pagamentos regulares ao longos dos anos, sendo uma das principais escolhas do brasileiro quando o assunto é receber parte do lucro líquido da empresa da qual são acionistas.
Isso porque a Petrobras novamente apresentou uma boa geração de caixa (US$ 6,9 bilhões em Fluxo de Caixa Livre), explica o analista Ruy Hungria.
Como consequência, a companhia anunciou mais R$ 17,12 bilhões em dividendos aos acionistas referente ao terceiro trimestre. Isso representa um dividend yield de 3,5%, e equivale a R$ 1,32820661 por ação ordinária e preferencial.
Os dividendos serão pagos em duas parcelas de R$ 0,66 no início de 2025: a primeira em 20 de fevereiro e a segunda, em 20 de março.
Vale lembrar que a Petrobras ainda retém 50% de dividendos extraordinários (cerca de R$ 22 bilhões) referentes ao seu exercício de 2023. Assim, a companhia deve decidir até o fim do ano quando será depositada a outra metade do dinheiro.
Os dividendos extraordinários correspondem à distribuição de proventos acima do valor mínimo obrigatório estabelecido no estatuto social da companhia, feitos de forma pontual, diferentemente dos dividendos regulares.
No momento, a companhia finaliza seu plano estratégico de 2025-2029 para entender melhor a exigência de investimentos nos próximos anos.
Nesse contexto, enquanto alguns acreditam que os dividendos extraordinários possam ser liberados junto com os resultados do quarto trimestre (4T24), outros especulam que a Petrobras pode ir na direção contrária a proposta. Cenas dos próximos capítulos.
De acordo com Ruy Hungria, diante dos resultados sólidos da Petrobras (PETR4) no 3T24, a companhia segue mostrando que é uma boa alternativa para quem busca dividendos.
No entanto, o analista mantém uma recomendação neutra para os papéis da Petrobras. Isto é, não há necessidade de vendê-los imediatamente, mas ele também não indica compra do ativo para novos investidores.
Isso porque, segundo ele, “PETR4 está bem precificada” quando levamos em consideração os riscos políticos que envolvem a tese.
Em outras palavras, a ação não está nem mais cara, nem mais barata do que deveria.
Além disso, seu preço atual reflete os riscos e incertezas políticas que podem impactar sua performance, como mudanças nas políticas de governo, decisões sobre preços de combustíveis e interferências governamentais.
É a partir dos resultados de uma companhia que é possível identificar o que vale comprar e o que é melhor ficar de fora na bolsa.