A economia do Japão apresentou uma contração menor que o esperado no primeiro trimestre, conforme revisão divulgada pelo Escritório do Gabinete do governo. No resultado anualizado, o PIB recuou 0,2% entre janeiro e março, contra a queda de 0,7% estimada no balanço preliminar de 16 de maio. Em termos dessazonalizados, houve estabilidade — revertendo a estimativa anterior de retração de 0,2% no trimestre.
O ajuste positivo foi impulsionado, sobretudo, pelo crescimento do consumo privado, que representa mais de metade da economia japonesa. Esse componente avançou 0,1%, após inicialmente apontar estabilidade — apoiado por recentes dados de vendas de restaurantes e jogos. Já os investimentos privados em equipamentos foram revisados de +1,4% para +1,1%, frente à expectativa de +1,3%. Além disso, a valorização dos estoques privados contribuiu para mitigar a profundidade da queda geral do PIB .
Entretanto, especialistas acreditam que a revisão não altera a percepção de que a economia japonesa já vinha enfraquecida mesmo antes da imposição de tarifas dos EUA, medidas essas implementadas em 2 de abril. Há apreensão ainda em relação ao efeito das tarifas americanas — de 24% sobre produtos japoneses em julho — e uma possível taxa adicional de 25% sobre veículos, principal setor de exportação do Japão.
Economistas como Uichiro Nozaki, do Nomura, afirmam que a revisão não altera a avaliação geral sobre o panorama econômico. Já Kazutaka Maeda, do Meiji Yasuda Research Institute, alerta para incertezas no consumo doméstico e nas exportações para o segundo trimestre, sobretudo em meio às negociações tarifárias.
Em suma, embora a retração tenha sido atenuada, os desafios permanecem — com pressão do comércio internacional e sinais ainda frágeis de recuperação na demanda interna.






