Disney abandona política de diversidade e foca em resultados comerciais

abril 10, 2025

Empresa segue tendência de outras 15 companhias nos EUA ao encerrar programas de DEI

A Disney anunciou mudanças em seus programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), informando aos funcionários que a empresa passará a focar mais nos resultados comerciais. 

A decisão faz parte de um movimento mais amplo, em que pelo menos 16 empresas nos Estados Unidos encerraram suas políticas de DEI desde 2024, diante de crescente pressão política e legal.

Mudanças nas políticas da Disney

Uma das alterações será a remoção dos avisos em filmes clássicos, como Dumbo e Peter Pan, que contextualizavam o período histórico em que as obras foram criadas. O aviso anterior informava que as produções continham representações negativas de pessoas ou culturas e ressaltava a importância de aprender com esses conteúdos para promover um futuro mais inclusivo.

Agora, a Disney adotará um comunicado mais curto, apenas alertando que a obra pode conter “estereótipos ou representações negativas”.

Pressão sobre políticas de diversidade

A decisão da Disney reflete uma tendência entre grandes corporações nos EUA, onde ao menos 15 outras empresas já abandonaram suas políticas de DEI desde 2024. A medida ocorre em meio a pressões políticas e jurídicas sobre práticas corporativas voltadas à inclusão.

Depois de Donald Trump voltar à presidência dos EUA, o republicano emitiu decretos visando a eliminar programas de diversidade, equidade e inclusão no governo federal e no setor privado.

Empresas como Google, Meta e Amazon reduziram em 2025 suas iniciativas de diversidade para se alinhar às novas diretrizes governamentais e evitar possíveis implicações legais.

Outras empresas, no entanto, já vinham adotando medidas desde junho de 2024, quando ficou mais evidente que Trump poderia vencer a eleição nos EUA.

Ainda neste contexto, um ano antes, em junho de 2023, a Suprema Corte do país havia derrubado programas de admissão de ação afirmativa que consideravam a raça como um fator para ingressar na Universidade Harvard e na Universidade da Carolina do Norte.

Em janeiro de 2025, em um comunicado enviado a funcionários públicos, Trump pediu que eles denunciassem colegas que se recusassem a encerrar ações de diversidade. O republicano também ordenou que as agências federais dos EUA iniciassem a demissão de equipes envolvidas com programas de diversidade, equidade, inclusão, acessibilidade e justiça ambiental.

A reversão dessas políticas ocorre três anos após um período de expansão dessas iniciativas. Em 2020, grandes corporações dos EUA ampliaram seus programas de inclusão em resposta a protestos contra a violência policial contra cidadãos negros, incluindo o caso de George Floyd.