A Confederação Nacional do Comércio (CNC) aponta que o endividamento das famílias brasileiras subiu de 77,6% em abril para 78,2% em maio, marcando o segundo aumento consecutivo. Apesar de ainda ficar abaixo dos 78,8% registrados em maio de 2024, a elevação reflete crescente fragilidade financeira.
Simultaneamente, a inadimplência selou novo crescimento, passando de 29,1% para 29,5% — nível mais alto desde outubro de 2023. Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de quitar débitos vencidos subiu de 12,4% para 12,5%, em comparação com maio do ano anterior.
Apesar disso, o prazo médio das dívidas vem reduzindo: apenas 32,8% se estendem por mais de um ano, o menor índice desde junho, enquanto os de curto e médio prazo cresceram, sinalizando mais empréstimos com vencimento próximo.
O cartão de crédito segue como a principal forma de dívida (83,6%), embora tenha perdido terreno em relação aos 86,9% de maio de 2024. O carnê de loja avançou, aparecendo em 17,2% das respostas, contra 16,2% no ano anterior). Ainda assim, o compromisso médio com dívidas caiu: apenas 19,7% das famílias destinaram mais da metade da renda para pagar contas, o menor índice desde julho de 2023; e a média de comprometimento recuou para 29,8% da renda familiar.
Entre faixas de renda, o endividamento da classe média — famílias com renda entre três e dez salários mínimos — aumentou, enquanto ficou estável ou recuou nas demais, segundo a pesquisa. A inadimplência também subiu nesse grupo.
A CNC alerta que o endividamento deve continuar crescendo em 2025, mas a simultânea alta da inadimplência pode frear esse movimento. A entrada de novos programas de crédito do governo preocupa, pois pode pressionar ainda mais a renda das famílias.






