Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo
A chegada ao Brasil da gigante chinesa de delivery intensificou o debate sobre a regulamentação do trabalho dos motoboys, ressaltando as tensões existentes entre proteção dos entregadores e custos operacionais das plataformas. A empresa, com forte atuação global, deve ampliar rapidamente a concorrência local, fazendo ressurgir a discussão sobre limites, remuneração e segurança dos motociclistas.
A principal demanda dos motoboys é por regras claras que incluam jornada máxima, pagamento mínimo por hora e melhores condições de trabalho. Representantes da categoria criticam a atual dinâmica baseada em entregas por quilômetro, que gera incerteza na renda e prejudica a qualidade de vida. Já os aplicativos argumentam que encargos elevados – como proposta de R$ 25 por hora – tornariam inviável seu modelo de negócios, provocando até risco de saída do mercado.
No Estado de São Paulo, já estão em vigor requisitos como cadastro obrigatório, uso de QR Code e validação dos entregadores por apps. Mas entidades do setor questionam os custos e viabilidade dessas medidas, afirmando que elas nem sempre se traduzem em maior segurança. A pressão sobre as empresas deve aumentar, ainda mais com a nova concorrente da China chegando.
Enquanto isso, o governo federal mantém negociações por meio de comissões com representantes dos entregadores, das empresas e do Ministério do Trabalho, mas ainda não há consenso. A expectativa é de que uma regulamentação seja aprovada nos próximos meses, definindo regras mais rígidas para jornada, remuneração, vínculo e proteção social dos motoboys.






