Em maio, as exportações chinesas desaceleraram, atingindo o menor ritmo em três meses, com alta de apenas 4,8% em relação ao ano anterior, abaixo dos 8,1% de abril e do consenso de 5% esperado. O principal impacto veio das tarifas dos EUA: as vendas para os americanos caíram espantosos 34,5% — a maior queda desde fevereiro de 2020.
O fluxo de importações também encolheu, recuando 3,4% comparado a maio de 2024, indicando fraqueza da demanda doméstica. Como resultado, o superávit comercial disparou, atingindo US$103,2 bilhões, acima dos US$96,2 bilhões de abril.
O cenário externo adverso ainda se soma ao agravamento da deflação ao produtor. Em maio, o índice de preços ao produtor (PPI) registrou queda de 3,3% no ano — seu recuo mais pronunciado em 22 meses — e o CPI desacelerou 0,1% em ritmo anual, repetindo a contração do mês anterior e reforçando a atmosfera deflacionária).
Essas pressões conjuntas — entre freio nas exportações e deflação — levaram o governo chinês a agir com estímulos econômicos. Foram implementados cortes de juros, injeção de liquidez e um programa com 500 bilhões de yuans para empréstimos, visando apoiar bancos e empresas.
Enquanto isso, a atividade industrial se encontra em baixa: o PMI da manufatura caiu para 48,3, sinalizando contração na produção, reflexo da retração das encomendas internacionais.
Em junho, começam negociações entre China e EUA em Londres, buscando reverter parte das tarifas que pressionam o comércio. No entanto, analistas alertam para o risco de continuidade da deflação e do ajuste financeiro da economia chinesa, salientando a fragilidade persiste apesar das ações de estímulo.






