O governo federal está avaliando apoiar a criação de planos de saúde ambulatoriais com mensalidades em torno de R$100, que cobririam apenas consultas e exames, excluindo internações. Essa iniciativa, liderada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pode ser incorporada a um pacote mais amplo de reestruturação do SUS, visando acelerar atendimentos em áreas como oncologia, cardiologia e ortopedia.
Embora o tíquete médio sugerido possa indicar uma sobreposição com o público-alvo da Hapvida (HAPV3), o BTG Pactual considera a proposta mais como uma oportunidade do que como uma ameaça direta à operadora. O banco destaca que mais de dois terços dos planos privados atuais são corporativos, onde o risco de canibalização é baixo. Nos planos individuais, apenas 15% dos usuários têm entre 19 e 33 anos — faixa etária que parece ser o principal foco desses novos produtos.
A verticalização da infraestrutura da Hapvida, controlando desde hospitais até clínicas e laboratórios, é apontada como uma vantagem competitiva relevante caso a empresa decida competir nesse nicho. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) já vinha conduzindo discussões sobre o tema dos planos populares e aprovou em fevereiro um projeto-piloto dentro do contexto de “sandbox regulatório”. A expectativa é que o tema volte à pauta da ANS na próxima reunião de diretoria, marcada para 28 de abril.






