Por Fabi Teixeira:
Dimon impõe volta total ao escritório e ignora protestos no JPMorgan
Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, reforçou sua posição contra o trabalho híbrido e rejeitou pedidos de funcionários por mais flexibilidade na política de retorno ao escritório cinco dias por semana. Durante uma reunião geral na quarta-feira (12), Dimon minimizou as reclamações, afirmando que não perderia tempo com petições sobre o tema.
A decisão gerou insatisfação interna, especialmente entre colaboradores da área administrativa, levando alguns funcionários a buscar apoio do Communications Workers of America para explorar a formação de um sindicato, algo raro no setor financeiro dos EUA.
Até a noite de quarta-feira, cerca de 950 empregados haviam assinado a petição contra a exigência do retorno integral ao escritório. O JPMorgan, que emprega mais de 317 mil pessoas globalmente, não comentou o assunto.
Dimon argumentou que reuniões virtuais comprometem eficiência e criatividade, citando casos em que funcionários não estavam atentos em videoconferências.
Além disso, ele reforçou que os gestores não terão autonomia para flexibilizar a política presencial. “Não há chance de eu deixar isso nas mãos dos gestores. Zero chance. O abuso que ocorreu é extraordinário”, disse ele.
Paralelamente, Dimon exigiu um aumento de 10% na eficiência operacional do banco, sugerindo cortes em reuniões, relatórios e processos burocráticos. Ele mencionou um caso onde uma decisão sobre gestão de patrimônio precisou da aprovação de 14 comitês, criticando a morosidade dos processos internos.
“Tenho vontade de demitir os 14 presidentes desses comitês, não suporto mais isso”, afirmou.
Apesar das tensões, o JPMorgan segue registrando lucros recordes e suas ações praticamente dobraram nos últimos cinco anos. O banco mantém cerca de 14 mil vagas abertas e segue investindo em contratações estratégica