Por Maria Clara Kayatt
No dia 15 de abril de 2025, os juros futuros encerraram em alta no Brasil, acompanhando o avanço do dólar frente ao real. O movimento ocorreu em um contexto de ajustes técnicos, após dois pregões mais positivos para os ativos locais. Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subiram para 14,73%, frente aos 14,683% da sessão anterior. As taxas para janeiro de 2027 também avançaram, marcando 14,26%, enquanto os vencimentos mais longos, como os de janeiro de 2031 e 2033, chegaram a 14,39% e 14,46%, respectivamente.
Essa alta nos juros aconteceu mesmo com a leve queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano (Treasuries), especialmente o de dez anos, que é uma referência global e caiu para 4,337%. Sem a divulgação de novos indicadores econômicos relevantes, o mercado doméstico teve um dia mais técnico, com investidores ajustando posições. Além disso, o Ibovespa registrou leve queda e o dólar seguiu em valorização, contribuindo para o movimento de alta nos DIs.
No cenário internacional, um novo atrito comercial entre China e Estados Unidos também influenciou os mercados. O governo chinês ordenou que suas companhias aéreas suspendessem compras de aviões da Boeing, em retaliação às políticas comerciais americanas, o que adicionou incertezas ao ambiente global.
O dia, portanto, foi marcado pela combinação de ajustes internos, oscilação cambial e tensões geopolíticas, refletindo na curva de juros brasileira.