Pequenas empresas terão que rever o caixa e os preços com a chegada da reforma tributária

novembro 8, 2025

Por Maria Clara Kayatt

A reforma tributária que está sendo implantada no Brasil vai exigir mudanças importantes na forma como micro e pequenas empresas lidam com o dinheiro que entra e sai do caixa. Uma das novidades mais relevantes é o sistema de “split payment”, no qual os impostos sobre vendas serão descontados automaticamente no momento da transação. Ou seja, o valor que entra na conta da empresa já virá com o imposto abatido, diferente de hoje, quando o pagamento do tributo é feito depois da venda.

Essa mudança necessita de atenção redobrada ao fluxo de caixa e uma revisão na forma de calcular preços. Muitas empresas menores ainda definem seus preços com base na concorrência, sem considerar a carga tributária. Agora, isso pode afetar diretamente o lucro.

Outro ponto importante é que empresas do Simples Nacional não vão gerar crédito tributário para seus clientes, o que pode torná-las menos atrativas no mercado B2B. Por isso, alguns podem considerar migrar para o regime normal, onde é possível abater impostos pagos na cadeia de produção. Essa decisão será estratégica e dependerá do tipo de cliente que a empresa atende.

A boa notícia é que a nova legislação permitirá mudar de regime tributário duas vezes por ano, o que dá mais flexibilidade para ajustes. Mas, para não perder espaço no mercado, será essencial rever toda a gestão financeira e a formação de preços.