A inflação do grupo “Aves e ovos” recuou 0,17% em maio, segundo o IPCA, marcando o primeiro mês com queda após a confirmação do primeiro foco de gripe aviária de alta patogenicidade em granja comercial do Brasil, no dia 16 de maio, em Montenegro (RS), segundo o IBGE.
Esse retorno negativo ajudou a desacelerar o índice de alimentos e bebidas, que caiu de 0,82% em abril para apenas 0,17% em maio. Em particular, o preço do ovo recuou 3,98%, enquanto no Rio Grande do Sul a queda foi ainda mais intensa, com -0,56% para o grupo aves e ovos, refletindo tanto o cenário local quanto o nacional.
A redução nos valores internos é atribuída ao aumento da oferta doméstica. Com a suspensão das exportações para países como China e União Europeia após o surto, a maior parte da produção passou a ser vendida para o mercado interno, pressionando os preços para baixo . Analistas do Citi já antecipavam esse efeito de alívio ao bolso dos consumidores brasileiros.
Embora o caso de gripe aviária tenha chamado atenção mundial, nosso Ministério da Agricultura destaca que não há risco de contaminação para humanos pelo consumo de frango ou ovos, e que o foco foi contido numa única granja, com aplicação imediata de protocolos sanitários, incluindo quarentena e rastreamento. Especialistas também confirmam que o risco de transmissão via alimentos é mínimo.
Em termos práticos, isso significa que, apesar do alerta, o impacto sobre o consumo foi restrito ao setor de preços, beneficiando o consumidor final. O episódio mostra como choques externos — mesmo com efeitos comerciais — podem afetar a inflação por meio do retorno da produção ao mercado interno.






