A Azul Linhas Aéreas implementou o “OptiDirect”, um sistema que funciona como um “Waze” para aviões, recomendando adaptações em tempo real na rota de voo com base nos dados de milhares de trajetos anteriores. O software mapeia padrões de voo, condições meteorológicas e rotas fixas (“aerovias”), sugerindo alterações pontuais que podem encurtar o trajeto de forma segura — sempre sujeitas à aprovação do controle de tráfego aéreo e decisão dos pilotos.
Diferente das rotas tradicionais, que muitas vezes evitam obstáculos ou congestionamento aéreo, o OptiDirect identifica atalhos viáveis e confiáveis. A cada voo, a tecnologia sugere pequenas alterações — e, mesmo que modestas isoladamente, esses ajustes se somam, gerando economia substancial ao longo do tempo.
Desde sua adoção, a Azul já registrou uma redução de 15,6 milhões de litros de combustível apenas com otimizações das fases de subida e descida em 2024 — o suficiente para manter a ponte aérea Rio–São Paulo por dois anos. Para 2025, com o uso do sistema também na fase de cruzeiro, a empresa estima economizar quase R$29 milhões. Isso representa uma fatia importante, já que o combustível costuma responder por até 40% das despesas operacionais de uma companhia aérea.
Além de reduzir custos, essa abordagem traz ganho ambiental: menos consumo implica menos emissões de CO₂, contribuindo para a meta do setor de atingir a neutralidade de carbono até 2050.
Em síntese, o “Waze aéreo” da Azul une algoritmos e experiência operacional para encontrar pequenas, mas valiosas, oportunidades de economia em milhares de voos, equilibrando eficiência, segurança e sustentabilidade, sem impactar a autonomia dos pilotos ou a proteção do espaço aéreo.
